quarta-feira, 2 de junho de 2010






Agostinho Pinto é eventualmente o treinador com mais títulos no basquetebol feminino. Recentamente juntou mais um ao seu palmarés ao vencer o campeonato da 2ª divisão feminina. O Planeta Basket falou com o homem que, ao que parece, melhor sabe lidar com as mulheres basquetebolistas, o treinador do CPN Agostinho Pinto.

Mais um título a juntar ao seu vasto palmarés enquanto treinador. Qual é o sabor desta última conquista?
O sabor deste título foi bem especial, porque foi o regresso da equipa de Séniores depois de um ano de inactividade. Além disso, esta equipa era uma das maiores referências da Liga Feminina! Um título numa época que se previa tranquila, mas em que aconteceu tudo o que se possa imaginar: sem pavilhão durante 2 meses por causa do mau tempo, sem Direcção do clube, etc...

O que achou do nível da final-four?
Sinceramente, agradou-me bastante, com atletas de muito boa qualidade e um nível de basquete bastante agradável, com jogos muito bem disputados e a presença de um misto de atletas experientes e de bom nível misturadas com jovens promissoras para o futuro próximo.Quais foram as jogadoras que, na sua opinião, mais se destacaram durante a fase final?Na minha opinião foram a Sofia Santos e Raquel Jacinto do CPN, Ana Alves do Estoril, Ana Regala e a nº 13 do Montijo e ainda a nº 6 e nº 8 do Estoril (peço desculpa por não me lembrar do nome das atletas). Nas atletas mais jovens destacava a Luísa Morais, a Joana Jesus e Inês Pinto do CPN e algumas jovens do Montijo.

As aspirações do CPN passam por ir alem da 1ª Divisão Feminina? Existe uma base tanto a nível organizativo, como financeiro que permita colocar a equipa de novo na Liga Feminina?
Essa é uma pergunta complicada. Quando começamos este projecto de novo, o objectivo era claramente esse. Não quer dizer que agora não seja, mas o impasse Directivo do clube pode protelar essa caminhada para a Liga.

Durante esta época, conquistou também o 1º lugar nas festas de basquebol com a selecção do Porto. Qual é a sua opinião sobre as jovens atletas que se exibiram em Portimão e como vê o futuro do basquetebol feminino no nosso país?
Sim, foi um título saboroso!! Principalmente pela equipa fantástica que a A. B. Porto tinha, pela sua capacidade de trabalho e pela grande camaradagem existente entre todos. E, ainda, por representarem em campo o jogo e maneira de jogar que é aquela em que eu acredito e que penso ser o caminho para o basquetebol de formação. Jogadoras com muitas capacidades, quer físicas quer técnicas. O futuro está assegurado se lhes derem as melhores condições de trabalho, porque a qualidade está lá.

O seu nome está muito ligado ao basquetebol feminino. Pensa no futuro poder abraçar um projecto no masculino, seja em formação ou em seniores?
Sou treinador de Basquetebol, adoro o basquetebol. Se me aparecer um projecto que me agrade, porque não?

Existem diferenças entre lidar com rapazes e com raparigas? Quais são as principais na sua opinião?
É igual, são jogadores de Basquetebol. Tem que se ser exigente da mesma maneira. Apesar de tudo, os rapazes são mais físicos e as raparigas mais dedicadas quando gostam e jogam mais em equipa. Os rapazes jogam mais individualmente.

A imagem que transmite a partir do banco é agressiva e vencedora. E essa imagem reflecte-se nas suas atletas. É essa a sua forma de estar?
Sim, sem agressividade no bom sentido da palavra não é possível ter sucesso no Basquetebol. Quanto à atitude vencedora, trabalho nos treinos para ser sempre o melhor e passo sempre essa mensagem. Além disso, máximo de exigência e atitude durante o treino são duas armas fundamentais. Costumo dizer aos meus atletas: 2 horas de treino são sempre 2 horas… tanto faz trabalhar bem e dar o máximo como não – então, porque não trabalhar bem?

Mas afinal quantos títulos e em que clubes e escalões já ganhou enquanto treinador?
Quanto a títulos… foram mais de 10 Campeonatos Nacionais, mais de 20 Campeonatos Distritais do Porto e mais de 20 presenças em Fases Finais de Campeonatos Nacionais dos vários escalões. Em todos os escalões no CPN e pela A. B. Porto. E…(risos)… até um pelo Inatel como Jogador-Treinador pelo Clube Desportivo da Palmilheira (Ermesinde).

No escalão de iniciadas, onde também trabalha, existem duas equipas que ainda não perderam jogos esta época, o CPN e o SIMECQ. O que espera da final-six que se vai realizar na Cruz Quebrada?
Não, o CPN já perdeu 2 jogos. Espero que seja um momento de bons jogos deBasquetebol. E, principalmente, que as atletas se divirtam e que seja uma Festa. Ãhhh… e que o CPN seja Campeão Nacional! Também prevejo jogos equilibrados com as equipas do Norte e Sul e atenção ainda à equipa dos Açores.

O que acha do site Planeta Basket?
Bastante bom! E veio colmatar uma lacuna que existia na grande informação do basquetebol nacional. Espero que continuem com este site, e com a qualidade a que já nos habituou. Aproveito para divulgar o blog do pai de uma das atletas das Iniciadas do CPN, http://www.cpnmiudas96-97.blogspot.com/ e o blog da Secção de Basquetebol, http://www.basqueteboldocpn.blogspot.com/

Deixe aqui uma mensagem para todos os jovens treinadores, que visitam diariamente o Planeta Basket:
Que seja Trabalhador, Honesto, Dedicado e Persistente. Que não copie tudo o que vê e que nunca pense que sabe tudo. Que esteja sempre disposto a aprender e lembrar-se que com quem mais se aprende é com as atletas…quer com as boas quer com as menos boas.Terminava agradeçendo a amabilidade de me terem convidado para esta entrevista. As maiores felicidades para todos!

O Gusto é o maior!....

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